sexta-feira, 12 de agosto de 2011

(im)Perfeita

Salto alto não sustenta coração vazio, menina. Vestido curto não mostra o que você tem de melhor. Batom vermelho não é mais atraente do que o que poderia sair da sua boca. As coisas por fora são só interessantes aos olhos, mas o que tem por dentro interessa o coração. As pessoas aprenderam a ser superficiais, a fugir de um olhar. Esqueceram o bom dia, boa tarde, boa noite, fechando-se ao redor de si mesmos, danando-se para o que existe além. As possibilidades de felicidade aquém do seu mundinho limitado. E se você precisar dos outros? E quando você sair do seu círculo protetor de aparências e tiver que ralar o coração? Pra quem você vai chorar? Teus vestidos no armário não vão te consolar. Tua pose vai embora, menina. Só permanece coisas verdadeiras e pessoas de carne, osso e defeitos, por que não? O tempo destrói as aparências, mas lapida as boas coisas que se tem no coração. Pra quem é de verdade, o tempo é amigo. O mundo das imperfeições é inspirador. Não tente ser perfeita, é nos defeitos que nos distinguimos e vemos graça no quão somos humanos e temos o direito de sermos completamente humanos, errando feio às vezes. Não digo que a capa não importa, sem hipocrisias, por favor. Mas, sei bem que por mais linda que seja a capa de um livro, se a história não lhe agradar você o esquecerá em qualquer canto. Você não quer ser esse livro rejeitado, não é? Cuide da capa, mas preocupe-se também com as coisas que vão além da sua aparência. Ao decorrer dos dias - ou da vida - a capa rala-se, fica feia, desgastada, velha ... mas o conteúdo se mantém intacto, tão fascinante e encantador como fora um dia.

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