segunda-feira, 19 de julho de 2010

A garota.

Ela sentou no chão de seu quarto e então começou a observar uma garota que há tempos quis observar. Ela pareceu bela aos olhos. Observou a garota por mais tempo...olhos modificados de cor, vermelhos de chorar.Pode então sentir sentir que dentro de quem via habita uma tristeza, uma tristeza que eu sentia que a fazia enfraquecer...Os cabelos loiros se misturavam ás lágrimas que escorriam sobre sua face, e por vezes, suas mãos às retiravam de lá, borrando a maquiagem que seus olhos sempre usam, e aquele pigmento escuro, deslizava por sua pele morena. A boca, chama atenção em seu rosto. É volumosa, expressiva, de onde sairam palavras doces ao amor que lhe acompanhou.


O corpo é magro, mas não tanto quanto já fora um dia. Ela não se importa mais com suas formas tanto quanto anteriormente, sabe que não precisa ser tão rígida assim pelas aparências, e aliás, aparências sempre lhe fizeram sofrer...sobretudo as aparências que terceiros demonstram à ela.

Voltou a olhar dentro de seus olhos dela, pra tentar sentir o que me transmitiam, e o que podia ver através deles. Viu muita gente dentro de sua alma, todas presas, algumas afogadas, mortas. Outras perdidas, pessoas que passaram pela sua vida, mas que não fizeram questão de acompanhá-la por muito tempo, e se perderam, se condenaram à sina de serem esquecidas dentro do baú de memórias não relevantes, mas ainda sim, lembranças.

Algumas pessoas dentro dela sorriam, outras simplesmente mudas, se deixavam guardar no baú das lembranças sem nada a declarar, aceitando ficar lá, sem palavras.

O coração dela era facilmente percebido atraves de seus olhos também, olhos vermelhos de tanto chorar =/

Por fora, aquela massa avermelhada que batia compassadamente tinha muitas cicatrizes, todas muito pouco espassadas, algumas leves, outras profundas, mas uma delas chamava mais atenção, era a mais profunda delas...extremamente sangrante. Abalava praticamente todas as estruturas, e a garota que a observava percebeu então que era aquela ferida que a fazia chorar, a dor que ela transmitia era quem a fazia cair em prantos. A dor mais forte que ela já havia sentido.

Conversou pro horas com aquela garota, tão forte, tão frágil...tão diferente e igual, tão antagônica em suas próprias definições..

Saiu de dentro dos olhos dela e a observou novamente. Se deu conta do quanto aquela imagem era familiar. Notou também que a garota estava presa, não metafóricamente. Ela tinha uma moldura ao seu redor, e o ambiente que ela estava, era bem parecido com o daquela que a observava...aliás, suas roupas eram iguais, seus sonhos eram iguais, sua voz era a mesma! então, a observadora gritou:

-"MEU DEUS! A garota no espelho, sou eu!"

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